Em 15 de fevereiro de 1751 iniciam-se as obras de reconstrução da Igreja do Rosário e as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de S. Benedito vão para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde permaneceram até no dia 25 de dezembro de 1772. Em 1753, por acréscimo e remodelação, tomou as atuais dimensões. Primitivamente o campanário era separado da igreja e ficava ao lado esquerdo. Mais tarde foi construída uma torre ao centro da fachada, até que, ameaçando cair, foi demolida em princípios deste século. Depois da torre ter sido demolida, os sinos (ver Linguagem dos Sinos) foram colocados na última janela, ao lado esquerdo da fachada. Na década de 1930-1940 foram construídas as atuais torres que deram novo aspecto arquitetônico ao frontispício e os sinos foram para a sineira à esquerda. Agora a frente tem quatro janelas e uma porta, além das duas torres quadrangulares.
A sacristia está do lado esquerdo e tem em continuação uma pequena capela onde se encontra sepultado o Padre José Pedro da Costa Guimarães, idealizador e organizador da Capela do Sagrado Coração de Jesus.
Capela do Sagrado Coração de Jesus:
A capela do Sagrado Coração de Jesus, localizada ao lado direito junto a capela-mor, tem no teto uma pintura de Jesus Cristo e um altar, em que, além do orago, se encontram São José e Nossa Senhora da Conceição. Em colunas nos lados estão a imagem do Senhor do Triunfo e São Vicente de Paulo. Neste local se realizam as reuniões não só dos irmãos como da Sociedade de São Vicente de Paulo, com sede nesta igreja.
A Cúria Diocesana em setembro de 1961 começou a funcionar onde era a Capela do Sagrado Coração de Jesus. Seu altar foi transferido para o local onde está a sepultura do Padre José Pedro da Costa Guimarães.
Os irmãos da Confraria usam hábito talar branco, dominicano, com capa preta e escapulário, desde o dia 2 de abril de 1866, quando obtiveram autorização do Exmo. Sr. Bispo Dom Antônio Ferreira Viçoso, em despacho de pedido do Padre José Maria Xavier, que na época servia o cargo de Provedor da Irmandade.
As principais festas realizadas nessa igreja e promovidas pela Confraria são as de Natal, com suas novenas festivas e a do mês do Rosário.
O lado esquerdo do templo é assobradado na parte correspondente ao corpo da igreja.
Um lance de quatro degraus dá acesso ao interior do templo e ao transpor os umbrais da porta, no vestíbulo, vê-se, à esquerda, a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, construída em fins do século passado, com sua imagem no alto, adquirida em Paris e benta em 2 e fevereiro de 1987, e Santa Bernadete. A imagem de Santa Bernadete só foi colocada para completar o quadro da aparição, há alguns anos atrás. Ao lado oposto fica uma porta que dá comunicação com o coro e a torre, assim como para a sala da Secretaria e Tesouraria da Confraria.
O corpo da igreja é dividido, em sentido longitudinal, em três naves, a do centro mais ampla e em plano mais baixo e duas laterais, chamadas coxias, mais estreitas, separadas por grades de madeira torneada (balaústres).
Encostados na parede do arco-cruzeiro se encontram dois altares de bonita talha, com frontão elevado e dois anjos, um em cada altar, sustentando em um dos braços um lado de cortina. O do lado esquerdo do observador é dedicado à Nossa Senhora do Remédio, que se encontra dentro da abertura do retábulo, em um pequeno trono. Degraus abaixo está a imagem de São Lourenço, paramentado de diácono e com uma grelha na mão direita, lembrando como foi morto, e na mão esquerda a palma do martírio. As peanhas laterais são ocupadas por São Vicente Ferrer, do lado da epístola, e São Jacinto, do lado do evangelho. Têm dossel com fundos imitando cortinas bem entalhadas na madeira. A mesa do altar tem uma abertura em sua parte inferior e ai se encontra Nosso Senhor Morto. O altar do outro lado é dedicado a São Benedito e Santo Antônio de Catalagirona, dois santos pretos muito venerados. Em 1954 uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, por sinal muito bonita, foi ai entronizada. Ela foi esculpida por um artista português, em cedro brasileiro enviado à Portugal. Antes de vir para São João del-Rei, foi benta em Fátima e tocou na azinheira e na imagem lá venerada.
Nos nichos laterais encontram-se as efígies de Santo Tomás de Aquino e São Libório. Atualmente está também neste altar uma pequena Nossa Senhora Aparecida.
O lavabo, uma caraça de pedra, é obra de Antônio Francisco Sarzedo.
O arco-cruzeiro é ornado por uma tarja, que tem em seu tímpano, bem ao centro, a Estrela que guiou os Santos Reis Magos ao presépio de Belém. Aos lados estão dois Anjos em tamanho natural.
A capela-mor, bem espaçosa, tem iluminação natural através de quatro óculos, em forma ovalada, dois de cada lado, rasgados nas paredes laterais. A talha da capela-mor é de autoria do artista Luís Pinheiro de Sousa, o mesmo que serviu de mestre do serviço do retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco de Assis. Quatro colunas de fustes estriados, base de canelura em espiral e capitéis da ordem compósita, formam como que nichos ladeando a abertura do trono e sustentam o entablamento que corre pelos lados.
Ao lado do Evangelho fica a imagem de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores, e do outro lado está Santa Catarina de Sena. Em volutas, que se apoiam nas colunas, encontram-se quatro anjos de grande formato.
Um dossel, junto ao forro, ladeado por cabeças de anjos alados, cobre uma grande coroa e um rosário rodeado de cinco querubins sobre nuvens que emitem raios dourados e dois anjos nas extremidades apontam para o conjunto. O teto do camarim do trono é um dos mais bem trabalhados e artísticos da cidade. Tem ao centro uma rosácea, na interseção das nervuras que se cruzam; pequenas rosáceas acham-se colocadas no interior dos triângulos formados pelos cruzamentos. Do alto dos degraus do trono, Nossa Senhora do Rosário domina e abençoa os fiéis, esculpida em dois blocos de madeira de lei, é, talvez, a mais bonita obra escultural e artística existente nas igrejas da cidade, pela perfeição e beleza de seus traços e encarnação.