RUA PADRE QUESTOR DE BARROS - Padre Salesiano. Antiga Rua de São Caetano, nome existente há mais de duzentos anos. A 14-9-1737 foi realizado, na Capela de São Caetano, o casamento de Sebastião Silva Teixeira e Gervásía de Gouvea. A nubente era filha do sargento-mor Bernardo Espínola de Castro e de Maria de Godoi Moraes. Testemunhou o ato o capitão-mor Manoel da Costa Gouvea. O sargento-mor José Alvares de Oliveira (o.c.), cita a Capela de São Caetano.
Diogo Bueno da Fonseca, fundador da dita Capela, aparece em 1761 como guarda-mor da Vila de São João del-Rei. Silva Leme informa na monumental "Genealogia Paulistana", que em 1730 tomou posse da Fazenda do Funil, em terras concedidas em sesmaria. Bueno da Fonseca e seus parentes foram antigos povoadores das lavras do Funil, atual cidade mineira de Lavras.
Diz a tradição que o guarda-mor Diogo Bueno da Fonseca determinou que a capela-mor fosse mais alta do que o corpo da igreja. O mestre-pedreiro, encarregado da obra, ponderou-lhe que a decisão contrariava os mais elementares princípios arquitetônicos. O Teimoso guarda-mor retrucou ao mestre, declarando: "Tudo que é mor é maior". As ordens do devoto de São Caetano foram obedecidas.
Esclarece o Com. José Antônio Rodrigues na sua obra, escrita em 1859: "Na mesma igreja existiu um reposteiro na porta lateral, que dava para uma tribu-na, comunicada com a casa do guarda-mor, com a inscrição seguinte: "O Rei depende de nós, e não nós dele".
Em 1762 residia no Morro de São Caetano o Guarda-mor José Joaquim da Costa Gouvea. Quando, em 1780, foi construído o Chafariz da Biquinha, o sar-gento-mor José Joaquim ainda morava no local. Em 1763 o citado guarda-mor solicitou ao Senado da Câmara de São João del-Rei que o seu nome fosse indicado, para o provimento no posto de capitão-mor, vago com o falecimento de seu pai Manoel da Costa Gouvea, que prestou relevantes serviços ao Rei de Portugal. Alegou que era seu tio o 2° Ouvidor da Comarca sediada na Vila; que seu avô materno Pedro de Moraes Raposo foi o 1° Juiz Ordinário da Vila, eleito a 9-12-1713. Foi aberto a 25-2-1783 o testamento do português André da Silva Freire, que morava em Macaia, no Rio Grande. Alí comprara terras do guarda-mor Diogo Bueno da Fonseca, fundador da Capela de São Caetano. Afirmou no testamento que devia 40 oitavas e três quartos ao citado Diogo. Mário Leite, no livro "Paulistas e Mineiros" (1961), assevera, baseado em Carvalho Franco, que Bueno faleceu em 1779. A 12-1789 faleceu Ana Maria de Gouvea, filha do capitão-mor Manoel da Costa Gouvea, - "a qual há muitos anos estava demente." Foi sepultada dentro da Capela de São Caetano. O "Arauto de Minas", de 24-12-1880, publicou crônica de Severiano de Resende sobre as consoadas de São João del-Rei. Diz num trecho: "Quem às 10 horas passa pelo Tejuco há de ver iluminada a velha chácara de São Caetano, antiga habitação de um célebre guarda-mor, donde partem festivais sons de faceira viola, em harmonia com os de afinada rabeca, de machetes e pandeiros, misturando-se as vozes dos cantores ao arruído de forte sapateado de mestres batuqueiros e adestradas marchadeiras". O jornal "Pátria Mineira", ed. de 28-7-1892 informou: "Sabemos que o ativo comerciante Sr. Manoel Anselmo de Oliveira vendeu por alto preço seu poético chalet do Alto de São Caetano".
Desapareceu o nome da Rua São Caetano mas a antiga chácara vem obtendo grande valorização imobiliária com o aparecimento do novo bairro denominado "Residencial São Caetano" e do bairro do Guardamor, um pouco mais antigo.
PRAÇA PREFEITO DR. ANTÔNIO DAS CHAGAS VIEGAS - (1881-1969) -O patrono da praça exerceu a medicina nesta cidade, tendo exercido o cargo de Prefeito de São João del-Rei. Nasceu em São Tiago (MG), filho do sanjoanense Antônio Xavier das Chagas Viegas e de Dª Maria Cristina Santiago Viegas. Foi médico da antiga E. Ferro Oeste de Minas. Desde 1882 possuía o nome de Visconde de Ibituruna, Dr. João Batista dos Santos, ilustre músico sanjoanense, filho nato de São João del-Rei. Nossa terra necessita com urgência honrar a memória do Visconde de Ibituruna, personalidade de duradouro vigor, sob múltiplos aspectos. Foi grande brasileiro e notável médico. O nome anterior era Prainha. Em 1719 Luiz Pereira de Souza estabeleceu-se com açougue "na vargem indo para a Prainha". "Na Rua da prainha está o Oratório das Almas", como documenta o sargento-mor José Alvares de Oliveira na sua "História do Distrito do Rio das Mortes", escrita mais ou menos em 1750. Em 1776 lavrou-se escritura de compra de duas moradas de casas, situadas no Morro da Prainha e que pertenceram ao Ajudante Manoel José Martins. O Morro Carlos Sânzio, que se limita com a praça da antiga Estação Rodoviária, até hoje é conhecido com o nome de Morro Manoel José. A aquisição foi feita pelo capitão-mor Manoel Antunes Nogueira e sua mulher Rita Luiza Vitória de Bustamante, para reforço do patrimônio da Capela de Nossa Senhora da Conceição, que existiu no Matola. O casal doou as casas, cobertas de telhas, com seu quintal grande à Capela supra citada.
Funcionou na Prainha a Escola João dos Santos, fundada e mantida pelo grande benemérito de São João del-Rei, o Visconde de Ibituruna. Nasceu na Praça Visconde de Ibituruna o ilustre conterrâneo Marechal Antônio José Coelho dos Reis (1898-1974).