RUA ARTUR BERNARDES - Nome que cultua a memória do estadista brasileiro Dr. Artur da Silva Bernardes (1875-1955); exerceu a Presidência da República de 1922 a 1926. Antiga Rua da Intendência.

Costuma haver confusão no assunto, pois nalguns documentos citam-se outras ruas com a expressão "Rua que vai para a Intendência" (Real Intendência do Ouro da Vila de São João del-Rei). Ficou conhecida com o nome de Rua Municipal a partir de 1849, época do término do atual edifício da Prefeitura Municipal. A Rua também já ostentou o nome de Moreira Cesar, em homenagem ao Cel. Antônio Moreira Cesar, que morreu em combate a 3-3-1897, em Canudos, na luta legalista contra os fanáticos de Antônio Conselheiro. O trecho da Rua Artur Bernardes, situado entre a Ponte da Cadeia e a Praça dos Expedicionários, recebeu o nome de Rua Ministro Gabriel Passos, que foi sepultado nesta cidade a 20-6-1962, com honras de Ministro de Estado. Era sanjoanense adotivo.

A 3-12-1770 o capitão-mor Manoel Caetano Monteiro Guedes comprou morada de casas "na rua que vai da Intendência para a igreja Matriz". A Intendência de Ouro localizava-se onde se encontra a Escola Estadual Maria Teresa [hoje Escola Municipal]. A 2-11-1797 desabou uma das pontes da Vila de São João del-Rei. Lê-se no L° de Acórdãos da Câmara (1791-1798 - fls. 275): "Cahio a ponte da Rua da Intendência na ocasião em que o reverendo Pároco levava o Santíssimo Viático que por um milagre extraordinário ficarão ilesas e salvas da corrente do Rio as sagradas formas ao mesmo passo que todas as pessoas que o acompanhavam em maior parte delas foram gravemente molestadas.".

A 15-11-1797 lavrou-se o edital para a construção da ponte de pedra -"que vai para a Intendência". A 24-2-1798 Joaquim Bernardes Chaves arrematou por cinco contos de réis a construção da ponte. Cedeu os direitos de arrematação a João Gonçalves Gomes, que executou a obra. Tratase da atual Ponte da Cadeia. A ponte anterior era de madeira.

RUA CORONEL TAMARINDO - Relembra o Cel. Pedro Nunes Tamarindo, que morreu em Canudos, no Comando da Tropa. No local, há mais de duzentos anos, existiam as importantes lavras de ouro do Barro Vermelho. Simplificou-se com o tempo o nome para Barro. Nome anterior: Rua do Barro. O citado arrabalde alcançava vasta região, nas imediações das ruas Padre Faustino, Coronel Tamarindo, Capitão Vilarim, Rodrigues de Melo, Modesto de Paiva, Alexina Pinto, Padre Machado e outras. A Rua Capitão Vilarim, supra citada, perpetua a lembrança do Capitão Joaquim Quirino Vilarim, que morreu em combate em Canudos, no sertão da Bahia. Pertencia ao 16º Batalhão de Infantaria, que antes de seguir para Canudos, esteve estacionado em São João del-Rei. Vilarim deixou um nome respeitável: os moradores da Rua Capitão Vilarim podem se orgulhar de seu patrono.

O sargento-mor José Alvares de Oliveira, 1° historiador de São João del-Rei e partícipe da Guerra dos Emboabas, escreveu, por volta de 1750, a "História do Distrito do Rio das Mortes". Informa na importante obra que no Barro Vermelho existia o Oratório de Nossa Senhora da Conceição. A 17-1-1778 faleceu a preta forra Josefa Nunes de Carvalho, natural da Costa da Mina, que morava no "sítio junto às bicas da lavra do Barro Vermelho". Deixou em testamento donativos para várias igrejas e irmandades. A 23-7-1777 faleceu em sua residência, no Barro Vermelho, o padre Matias da Paz e Castro, que era natural da cidade de Paraíba do Norte, Bispado de Pernambuco. Os bens de fortuna de Josefa e do padre Matias provieram, possivelmente, da exploração de betas auríferas, localizadas no Barro Vermelho. O cientista alemão Barão de Eschwege, que visitou Minas Gerais em princípios do século passado, publicou a valiosa obra "Pluto Brasiliensis", na qual informa que nas lavras de ouro do Barro Vermelho eram utilizados, em 1780, 999 escravos. Esclarece na citada publicação que as lavras de ouro do Barro Vermelho foram descobertas em 1740.

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