PRAÇA GUILHERME MILWARD - Antiga Praça do Bonfim, nome que despontou a partir de 1769, quando José Garcia de Carvalho solicitou ao Senado da Câmara de São João del-Rei a concessão de terras para a construção da Capela do Senhor Bom Jesus do Bonfim. A Praça do Bonfim também era citada pelo nome Morro da Forca, denominação que alcançava todo o bairro do Bonfim, crescendo sobremaneira o número de ruas. O nome atual homenageia a uma das personalidades mais ilustres de São João del-Rei, o médico e engenheiro Dr. Guilherme Bastos Milward (1877-1932), filho do médico Dr. Cornélio Emílio das Neves Milward e de Dª Francisca Cândida Bastos. Era neto paterno do inglês Roberto Henrique Milward e de Dª Belisandra Emília das Neves Milward; neto materno do comendador Antônio José Dias Bastos e de Francisca de Assis Moreira Bastos. Dª Belisandra era filha do alferes José Antônio das Neves, trisavô do Dr. Tancredo de Almeida Neves.
Como no local existiu a forca, os documentos antigos fazem menção ao Morro da Forca. A 22-11-1772 o Ouvidor da Comarca Dr. Francisco Carneiro de Almeida deferiu a petição da Ordem de São Francisco para a medição e demarcação de terrenos concedidos aos irmãos franciscanos por terem caído os respectivos marcos. Esclarece o auto camarista então lavrado: "Deixando livre a rua que vai da Prata para o morro denominado da Forca...; deixando livre a rua que vem do chafariz desta Vila, que vai para o Morro da Forca". A 14-3-1775 o padre Francisco Xavier da Costa Fialho comprou casas térreas no "Morro chamado Senhor Jesus do Bonfim".
RUA RIBEIRO BASTOS - O nome exalta a memória do maestro, compositor e educador Martiniano Ribeiro Bastos (1834-1912). Exerceu a Presidência da Câmara Municipal e o cargo de Juiz de Paz. Dirigiu a Escola Normal. Também se distinguiu como latinista. A homenagem foi deliberada em sessão da Câmara Municipal de 27-1-1913. Em alguns documentos aparece mencionada como Rua do José Marcos; ali residiu o músico José Marcos de Castilho, falecido em 1830. No tempo de antanho era citada com os nomes de Rua do Morro da Forca e Rua do Bonfim.
RUA DR. JOSÉ BASTOS - O Dr. José Moreira Bastos (1851-1914), médico sanjoanense, foi Diretor da extinta Escola de Farmácia de São João del-Rei. Em 1912 presidiu a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São João del-Rei. Era filho do comendador Antônio José Dias Bastos e de Dª Francisca de Assis Moreira Bastos. Era irmão do médico Dr. Antônio Moreira Bastos. Anteriormente era conhecida como Rua do Meio. Seu nome mais antigo era de Rua da Independência.
RUA SANTO ANTÔNIO - A tradição oral indica que se trata de uma das mais antigas ruas de São João del-Rei. O nome originou-se com a construção da Capela de Santo Antônio. O sargento-mor Alvares de Oliveira, no seu importante escrito de 1750, não menciona a Capela de Santo Antônio, que foi construída pouco depois. A 17-1-1778 foi aberto o testamento de Josefa Nunes de Carvalho, preta forra, que morava em casa própria localizada perto do Sítio do Barro Vermelho. Deixou em testamento esmola para a Capela de Santo Antônio do Tejuco. A 25-11-1779 o vigário Antônio Caetano Vilas Boas Gama oficiou, na "Capela de Santo Antônio do Tejuco", o casamento de seus escravos Paulo Marques de Almeida, filho da parda Ana Marques, e de Teresa Caetana Benedita, natural da Costa da Mina. Conserva o mesmo nome até hoje. Com a nova iluminação elétrica, com seus lampiões coloniais, livre de postes, fios elétricos e telefônicos, a Rua Santo Antônio transformou-se em ponto de atração turística. Às terças-feiras a Capela de Santo Antônio permanece aberta para a visitação de numerosos devotos do Patrono da atraente rua sanjoanense [é nesta rua a casa do autor da obra].
AVENIDA GENERAL OSÓRIO - Nome dado em homenagem a Manuel Luis Osório, Marquês do Erval (1808-1879), bravo militar que ao assumir o Comando das Tropas Brasileiras na Guerra do Paraguai, declarou em Ordem do Dia: "É muito fácil comandar homens livres". A 30-3-1883 a Rua Formosa recebeu o nome atual; antes chamava-se Rua do Tejuco, nome ainda figurando no bairro. Em 1777 Maria Ribeiro Silva e seu marido Francisco Martins Guimarães (meu 5° avô), residentes em Caxambu, no atual Distrito de Caburú, venderam propriedades em São João, incluindo na transação casa de sobrado, pequena, atrás do Rosário, "na rua do Tejuco". Em 1790 o padre Sebastião de Freiria comprou, para a constituição de seu patrimônio eclesiástico, morada de casas na Rua do Tejuco. No final do ano de 1805 João Ribeiro Silva arrematou a execução de reparos na Rua do Tejuco e Santo Antônio. Em 1820 houve violento conflito na Rua do Tejuco, pouco distante da Capela de Santo Antônio, entre seresteiros. José Carlos Silva espatifou uma viola no companheiro de farra Manoel Joaquim Marreiros, que ficou ferido. O musicista José Marcos de Castilho herdou propriedades do irmão Francisco Ferreira de Oliveira, que, em 1828, vendeu para Maria Joaquina de São José. "Eram com frente para a Rua da Praia, pátio que serve de curral com portão grande e água nativa, com fundos para a Rua do Tejuco". Em 1859 o comendador José Antônio Rodrigues publicou as "Notícias Cronológicas de São João del-Rei", nas quais cita as 24 ruas sanjoanenses, incluindo a Praia Formosa. O prof. Severiano de Resende em 1877, em artigo estampado no "Arauto de Minas", relaciona as nossas ruas, fixando o nome Praia Formosa.
PRAÇA SEVERIANO DE RESENDE - Nome dado em homenagem ao prof. Severiano Nunes Cardoso de Resende (1847-1920), jornalista, Deputado Provincial, orador e teatrólogo. O nome anterior era Praça do Tamandaré, num culto de exaltação da personalidade do almirante Joaquim Marques Lisboa, marquês de Tamandaré (1807-1897), Patrono da Marinha Brasileira. Em tempos mais remotos chamava se Praça da Praia. Em 1834, na Praça da Praia, foi construído o belo Chafariz dos Arcos ou Chafariz da Legalidade, que a Câmara Municipal mandou demolir em 1895, cometendo condenável atentado a um monumento de grande valor histórico e artístico. Antigamente permaneciam no local carros de bois, carroças e troles, além de tropeiros, que abasteciam a localidade com diversos produtos alimentícios.