PRAÇA FREI ORLANDO - Patrono da Capelania das Forças Armadas Brasileiras, o revmo. Padre Frei Orlando (OFM) - 1913-1945, integrou a comunidade franciscana de São João del-Rei. Com o 11° R. I. Expedicionários, sediado em São João del-Rei, participou da Campanha da Itália. Exerceu o magistério no extinto Colégio Santo Antônio. Nomes antigos: Largo e Rua de São Francisco, que surgiram com o início das obras de construção da Igreja de São Francisco de Assis. A 6-9-1741 devotos de São Francisco solicitaram ao Vigário da Matriz do Pilar licença para a construção da primitiva Igreja. Alcançando o pedido deferimento em outubro do mesmo ano. A 11-5-1742 Francisco da Costa Dias colocou a pedra fundamental da capela. Também em 1742 o cap. Antônio da Silva e Souza e outros devotos requereram ao Senado da Câmara de São João del-Rei uma sesmaria de temas, mas somente a 23-5-1752 lavrou-se o Auto de Posse dos terrenos. Mais tarde, a Ordem de São Francisco conseguiu aumentar seus domínios territoriais, lavrando-se o Termo de Posse a 14-5-1760. A 4-8-1759 a Câmara de São João del-Rei confirmou aos Religiosos dos Santos Lugares de Jerusalém (Terra Santa) a posse de terrenos juntos à chácara de Ilário Nunes da Mata Trant, situados perto da igreja de São Francisco, onde se encontra a Residência Episcopal João XXIII. Ilário ingressou a 8-9-1743 na Irmandade do SS. Sacramento da Matriz de Nossa Senhora do Pilar; em 1741 foi Juiz Ordinário da Vila de São João del-Rei. Aos referidos religiosos franciscanos o Cel. Manoel Dias de Menezes fez doação dos terrenos a 9-I-1743, data do estabelecimento dos citados frades em São João del-Rei. Já em 25-9-1719, o Senado da Câmara da Vila de São João del-Rei respondera ao Conde Assumar - "que tendo chamado algumas pessoas da edilidade, e com elas assentou este Senado, uniformemente, que se aceitasse o Hospício de seis até sete missionários..." A 26-8-1744 a Câmara deu a esmola de 20 oitavas de ouro para os Santos Lugares - "como se costuma dar todos os anos..." Em 1766 faleceu o alferes Bento Pinto de Magalhães, tronco de numerosa descendência. Deixou moradas de casas na rua de São Francisco. Em edital de 1768 a Câmara proibia a lavagem de roupa no chamado Chafariz do Largo de São Francisco. Os infratores, quando forros, sofreriam a pena de 8 dias de cadeia e pagariam duas oitavas de ouro; os cativos seriam açoitados no Pelourinho, pagando o seu senhor duas oitavas de ouro. Em 1772 residia no Largo de São Francisco o sargento-mor Luiz Antônio da Silva. A 2-1-1775 o sargento-mor Antônio José da Rosa Tenebra vendeu casa "na rua que vem da Capela de São Francisco para Real Casa da Intendência". Tenebra comprou a 5-8-1776 morada de casas térreas na rua de São Francisco, tendo como vendedores Amâncio José Luna e Ana Marinha da Fonseca. Tenebra a 1-1-1756 ingressou na Irmandade do SS. Sacramento da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar; parente dos intelectuais sanjoanenses Antônio Campos Tirado e Abgar Antônio Campos Tirado.

Em 1777 Maria Ribeira da Silva e seu marido Francisco Martins Guimarães (5° avô materno do autor destas notas) venderam casa - "no Beco que vem da Rua de São Francisco". Um acórdão de vereança de 1783 menciona a Casa da Ópera e a rua de São Francisco.

A 29-5-1786 o Senado da Câmara tomou providências para a construção do curro do Largo de São Francisco, onde se festejariam os casamentos de infantes. Além disso, construíram-se tablado para as óperas e palanques para os membros do Senado da Câmara, Ministros, nobreza e povo - A 23-7-1786 realizaram--se os festejos comemorativos dos desposórios do futuro D. João V com Carlota Joaquina; da Infanta Maria Vitória com o Infante D. Gabriel de Castela. Duraram vários dias as festas do Largo de São Francisco, tendo havido quatro tardes de combates de touros, duas cavalhadas e três óperas - "em teatro firmadono meio do curro com nobre Aparato". No Largo de São Francisco um "grande obelisco de luzes fazia as noites tão claras como o dia".

Em 1788 o sargento-mor Luiz Antônio da Silva pedia à Câmara licença para mudar a localização do chafariz do Largo de São Francisco, alegando que se achava arruinada a fonte, pois os escravos ali buscavam água a pé molhado. Faria a obra a sua custa e como compensação lhe concederia a Câmara o terreno baldio no fundo de seu quintal. Em novembro de 1792 a Câmara mandou executar obras na Calçada da Rua de São Francisco. No referido Largo a 8-9-1795 houve cavalhadas, touradas e exibições de óperas, em sinal de regozijo pelo nascimento do Príncipe Antônio, filho do Príncipe Regente D. João, mais tarde D. João VI, e de Carlota Joaquina.

Em 1842 Caxias recebeu, no Largo de São Francisco, continências milita-res da tropa sediada em São João del-Rei. A lei municipal n° 165, de 17-4-1907 deu o nome de Praça D. Pedro II ao Largo de São Francisco, denominação que não pegou.

RUA DR. BALBINO CUNHA - Trata-se da antiga Rua de São Francisco. A mudança do nome para Rua Dr. Balbino Cunha foi aprovada em sessão da Câmara Municipal de 7-2-1887. Dr. Balbino Cândido da Cunha, médico sanjoanense, presidiu a Província do Paraná e a Câmara Municipal desta cidade. Foi Deputado Geral nas Legislaturas de 1872 e 1875. Na terra natal, além da clínica, exerceu o magistério no Externato e na Escola Normal. A 14-12-1871 a Irmandade do SS. Sacramento concedeu-lhe o título de irmão remido de cargos, tendo em vista "bons serviços prestados a esta irmandade". Era filho do Dr. Domingos José da Cunha e de Dª Balbina Cândida da Silveira Negreiros. Era pai do diplomata Dr. Gastão da Cunha.

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