RUA PADRE JOSÉ MARIA - antiga Rua da Prata. Vários documentos comprovam que a Rua da Prata era conhecida com este nome há mais de duzentos anos. Em 1751 surge o nome Rua da Prata quando os irmãos Terceiros da Venerável Ordem de S. Francisco solicitaram ao Senado da Câmara a medição das terras que lhe foram concedidas. A irmandade Senhor Bom Jesus dos Passos fez pagamento em 1781, a Manoel Tavares de madeiras compradas para o Passo da Rua da Prata (cf. "Piedosas e Solenes Tradições de Nossa Terra" - Catedral do Pilar - 1983 -página 35 - de autoria de Monsenhor Sebastião Raimundo Paiva.).
Na referida via pública moraram, entre outros, o Barão de São João del-Rei, que hospedou o Imperador Dom Pedro II, o médico francês Gabriel André Maria de Ploesquellec, o médico Dr. Francisco José de Araújo Oliveira e o maestro Martiniano Ribeiro Bastos. Funcionou na Rua da Prata o Teatro de São João del-Rei (1837-1887), também citado pelo nome de Teatro da Rua da Prata. O nome atual homenageia a memória do padre-musicista sanjoanse José Maria Xavier (1819-1887).
RUA GETÚLIO VARGAS - Antiga Rua Direita. Já possuía o nome de Rua Direita em 1719, ano em que José Fernandes Silva compareceu ao Senado da Câmara para requerer licença para estabelecer açougue na referida rua, "pegado às casas do sargento-mor Inácio da Costa Montalvão".
Em 1815 melhorou a Câmara o Beco da Cadeia, ao lado da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, possibilitando a ligação entre o Largo do Pelourinho e a Rua Direita. Trata-se da atual Rua Monsenhor Gustavo Ernesto Coelho. A Rua Direita com suas assobradadas casas coloniais era habitada por pessoas de alto nível social e econômico. Chamava-se em 1883 Rua Duque de Caxias, conforme Resolução da Câmara. O periódico sanjoanense "O Repórter", publicou em sua edição de 6-12-1908 a quadra seguinte:
"Adeus, oh Rua Direita ,
rua da Murmuração,
Onde se faz audiência
Sem Juiz nem Escrivão!"
Em várias cidades antigas existem ruas com o citado nome, como se veri-fica em Mariana (MG).
RUA DR. JOSÉ MOURÃO - Relembra o médico sanjoanense Dr. José Martins de Carvalho Mourão, filho das segundas núpcias do comendador João Antônio da Silva Mourão e de Ana Teresa de Jesus. Presidiu a Câmara Municipal desta cidade e exerceu o mandato de Deputado Federal. Dr. José (1847-1902), casou com D. Maria Pereira de Carvalho, filha do médico Dr. Eduardo Ernesto Pereira da Silva, Barão de São João del-Rei.
Nome antigo: Rua de São Roque. Em 1782, o mestre-pedreiro Antônio Salzedo arrematou a execução de obras na Rua de São Roque.
RUA MARECHAL DEODORO - Seu nome anterior era Rua do Comércio. Seu nome primitivo era Rua do Curral, conforme exemplificam vários documentos. Em 1760 a Câmara da Vila de São João del-Rei determinou a construção de trinta braçadas de calçadas na Rua do Curral. Parte da Rua já teve o nome de Marechal Bitencourt.
RUA PADRE SACRAMENTO - Primeiramente teve o nome de Rua da Conceição, em virtude de ter sido construída no local, em 1713, a Capela de Nossa Senhora da Conceição, pelo mestre-de-campo Ambrósio Caldeira Brant, pai do sanjoanense Felisberto Caldeira Brant, o famoso Contratador dos Diamantes. Em 1744 a Câmara colocou em praça de arrematação a construção da ponte da Rua do Portela - "para a Intendência". Deve ter residido no local Antônio Francisco Portela, que em 1728 exerceu em São João del-Rei o importante cargo de Procurador do Senado da Câmara. A 1-1-1722 Portela ingressou na Irmandade do SS. Sacramento da Vila de São João del-Rei. Mais tarde, um trecho da via pública tomou a designação de Rua do Hospital. Surgiu também o nome de Matola, nome até hoje mencionado. Em 1760 foi construído o chafariz da Rua do Matola -"fonte nova defronte das casas que foram do defunto José Matol".
O sargento-mor José Matol foi um dos mais antigos moradores de São João del-Rei. Por analogia o bairro tomou a denominação de Matola. Matol ingressou na Irmandade do SS. Sacramento a 1-5-1719.
O nome atual aviva a lembrança do padre João Batista do Sacramento Teixeira (1852-1907). Exerceu o magistério e obteve êxito na tribuna sacra. Fundador do Asilo de São Francisco de Assis, exerceu o cargo de Comissário da Ordem de São Francisco, que mandou colocar o seu nome no quadro de Benfeitores do referido sodalício religioso. O trecho final da Rua Padre Sacramento foi conhecido com o nome de Rua do Matadouro Velho.