A capela-mor é espaçosa e tem a singularidade de possuir duas portas que comunicam com outros cômodos laterais, o que não acontece nas outras igrejas. Suas paredes são guarnecidas de colunas meio embutidas ornadas de anjos e finos recortes esculpidos, assim como as pilastras do arco-cruzeiro e seu intradorso.
A capela-mor é ladeada à direita por uma sacristia e à esquerda pela Capela do SS. Sacramento. Pelos fundos encontra-se o Definitório, o teto da capela-mor, em forma de sarapanel, é ornada de frisos artisticamente enfeitados que descansam sobre a cornija e um florão central de onde pende rica lâmpada de prata. Os artísticos trabalhos em madeira da capela e altar-mor e dos púlpitos são de autoria do artista Manuel Rodrigues Coelho.
0 altar-mor é muito bonito. Seu retábulo é mais simples e sóbrio, sem excesso de ornamentação. Suas colunas são em fuste estriado com capitel da ordem compósita e se encontram uma de cada lado da abertura do trono. Entre essas colunas e pilastras estilizadas quase junto às paredes laterais estão as peanhas com dossel e fundo de cortinas onde se encontram as imagens de Santo Elias e Santa Teresa de Jesus. Uma rica e burilada banqueta de prata ornamenta o altar-mor, menor que a da Catedral, mas muito bonita.
Para chegar ao supedâneo deste altar sobe-se um lance de cinco degraus de pedras, que infelizmente foi picado e coberto de cimento em cor vermelho brilhante. Nesse plano do altar-mor estão dois personagens com escudos e seguram suportes de lâmpadas com lanças.
O arco da abertura do trono tem aos lados, na parte superior, dois anjos em tamanho natural, assentados em trabalhados consolos e em atitude de quem está abrindo uma cortina pendente de um dossel. Deixa ver três corações que simbolizam as três grandes virtudes irmanadas nos corações de Jesus, Maria e José. Como coroação do retábulo está a figuração da Santíssima Trindade, na Pessoa do Pai Eterno e do Espírito Santo que do alto assistem ao mistério da transubstanciação no altar.
Ao alto, dentro do trono, venera-se a bonita imagem de Nossa Senhora do Carmo. Esta imagem esculpida em Portugal, foi benta solenemente no dia 1º de maio de 1925, pelo Exmo. e Revmo. Sr. Dom Helvécio Gomes de Oliveira, Arcebispo de Mariana.