Primitiva Capela do Pilar e Igreja Velha



Está historicamente comprovado que a primeira capela de que se tem conhecimento foi erguida juntamente com o Arraial Novo: "[ ...] formaram arraial ao pé do mesmo morro, pela paragem que está da Matriz [...] com uma capela dedicada a N. S. do Pilar" ( Matol apud Taunay, 1981, p 177). Outro registro da época:

"Cuidaram logo os emboabas de formarem arraial e fazerem ranchos (ditas assim casas de vivenda por serem levantadas de taipa de ruão com cobertura de palha) e ao mesmo tempo erigiram sua capela construída dos mesmos materiais, que se dedicou a Nossa Senhora do Pilar, auxílio e protetora que então foi do dito arraial e agora o é da vila ( Oliveita apud Taunay, 1981, p. 101)" Primitiva Igreja Nossa Senhora do Pilar

Essa capela foi destruída no incêndio do Arraial Novo, durante o cerco efetuado pelos paulistas em 1709. Os emboabas, tendo abandonado o lugar por sentirem-se temerosos e inseguros, receando a volta dos paulistas, decidiram levantar outro arraial, já fortificado, na vargem do Rio das Mortes (Matosinhos). Nesse local teve início a construção de outra capela ou igreja, que certamente seria também dedicada a N. S. do Pilar. Essa edificação não foi concluída: em 1719 providenciou-se a construção de um quartel, aproveitando as paredes "que se haviam começado para Igreja Matriz".

Com a criação da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro e a posse do governador Antônio de Albuquerque, que instalou a sede do governo de Vila de N. S. do Carmo (Mariana), os emboabas passaram a ter maior segurança e tranqüilidade e restabeleceram o arraial no primitivo local, pela conveniência da proximidade de suas minas de ouro. Tais acontecimentos se deram por volta de 1711. A igreja, por razões que não se conhece, foi feita fora da povoação, do outro lado do Córrego do Lenheiro, a meia encosta do morro, mais tarde chamado Morro da Forca. Também sob a invocação de N. S. do Pilar, funcionou como matriz até 1724. Em 1742 ainda era conhecida como igreja velha, sendo desativada já em ruínas. Teve parte do seu material aproveitado na obra da matriz, na Rua Direita. Da época da sua demolição final não há registro conhecido.

Em 1721 foi autorizada pela autoridade eclesiástica, sediada no Rio de Janeiro, a construção da nova matriz de N. S. do Pilar da Vila de São João del-Rei.

GUIMARÃES, Geraldo. São João del-Rei - Século XVIII - História sumária. 1996, pág. 52, 54.

© Desenhos dessa página são de autoria de Geraldo Guimarães


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