Irmandades da Catedral



IRMANDADE DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

A irmandade é a do Santíssimo Sacramento que foi fundada em l711. Tem o título "Fabriqueira", isto é, a irmandade que provê todo o necessário para o Culto Divino e mantém a Igreja Catedral. É a responsável pelas importantes solenidades da Semana Santa que, atualmente, é a mais importante do Brasil, pois mantém com toda a solenidade possível os atos litúrgicos e paralitúrgicos. Semanalmente, quintas feiras, é celebrada santa missa, às 19:00 horas, pelos irmãos vivos e falecidos da Irmandade do Santíssimo Sacramento. O grande patrimônio de bens artísticos - images, alfaias, prataria, - existentes na atual Catedral, foram adquiridos por esta Irmandade.

IRMANDADE DE SÃO MIGUEL E ALMAS

Fundada a 2 de junho de 1716, sua instituição canônica se deve a Dom Francisco de São Jerônimo, Bispo do Rio de Janeiro, cuja jurisdição abrangia toda a Capitania das Minas Gerais. Teve confirmação régia a 25 de fevereiro de l767, de D. José I. A Irmandade de São Miguel e Almas foi a responsável pela assistência religiosa aos presos da Cadeia Pública que ficava situada onde hoje é o Museus de Arte Sacra. A Capela de Nossa Senhora da Piedade, em frente à cadeia, era utilizada parta tal fim. Também assistia aos pobres e necessitados com assistência médica. Para tal, ela contratava médicos e boticários conforme se lê nos livros da Irmandade. A imagem de São Miguel Arcanjo é das mais antigas da Catedral, pois já existia na primitiva igreja matriz Em 1885 o pintor sanjoanense, Manoel Venâncio do Espírito Santo, repintou a imagem e também o altar da irmandade. Sem sombra de dúvidas, a Irmandade de São Miguel foi uma das irmandades que maior número de bens imóveis possuiu e seu patrimônio era bem significativo. Na parte de bens artísticos ela primou por mandar decorar com pinturas os tetos em frente à sua sacristia, e no andar superior, onde funcionava antigamente seu definitório foi todo decorado pelo pintor Manoel Vítor de Jesus, que usou como temas o Purgatório, os Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael. No seu antigo consistório era bem expressivo o mobiliário e, sobre o arcaz ficava um belíssimo docel e o quadro de São Miguel Arcanjo, cuja moldura em estilo D. João V (também o docel) se deve ao entalhador Luiz Pinheiro de Souza.

IRMANDADE DO SENHOR BOM JESUS DOS PASSOS

Sabe-se que já em 1733 estava constituída a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos. Em 1734 obteve do Papa Clemente XII um Breve de Indulgência para o Altar da Irmandade e um Breve para o Jubileu das Quarenta Horas (adoração ao Santíssimo Sacramento no período carnavalesco). Esta Irmandade é a responsável pela solenidade dos Passos com as Vias Sacras externas nas sextas feiras da Quaresma; a solenidade dos Passos com os "Depósitos" das Dores e dos Passos na sexta feira e sábado que antecedem o 4o Domingo da Quaresma. Nesse domingo são realizadas as famosas "rasouras" em torno das igrejas do Carmo e S. Francisco de Assis e, à tarde, a soleníssima Procissão do Encontro. Realiza, também, na semana que antecede a Semana Santa o Setenário das Dores, culminando com a procissão das Dores que faz o mesmo trajeto das Vias Sacras, porém em sentido inverso. Seu patrimônio artísticos é bastante significativo com as images do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores e a imagem do crucificado que é utilizada nas vias sacras solenes. O "pálio" que é utilizado na solenes procissões dos Passos é realmente uma obra arte de alfaia, com ricos bordados a fio de ouro estão representados os emblemas da Paixão de Cristo. Em todas as sextas feiras do ano, excetuando-se a Sexta-feira da Paixão, às quinze horas, dobra-se o sino dos Passos, rememorando a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. É o mais antigo dobre de sino que ainda é usado pois foi instituído em 1757.

CONFRARIA DE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE

Ainda não se sabe exatamente o ano de fundação da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte. Contudo Compromisso datado de 1786 há, no início, uma justificativa falando que a Irmandade já existia há mais de 50 anos. Deduziu-se que foi criada na década de 1730/1740. Constituída primeiramente como Irmandade em 1858 seu título passou a ser "Confraria", dado por Dom Antônio Ferreira Viçoso, Bispo de Mariana também concedeu o privilégio dos Irmãos da Confraria usarem nas solenidades o hábito talar constituído de túnica preta, escapulário azul onde poderia ser colocado as letras: B e M ou A e M (significam Boa Morte, Ave Maria), capa branca ou creme e correia preta com fivela redonda de osso ou marfim.

Dos altares laterais, o da Boa Morte é o mais bem elaborado e mais dourado. Seu douramento ficou pronto em 1782 e foi feito pelo artista José Antônio de Andrade.

A imagem de Nossa Senhora da Assunção que foi esculpida por Valentim Corrêa Paes, no ano de 1782 pelo que recebeu quatorze oitavas e um quarto de ouro. É, também, o autor da imagem de Nossa nhora da Gloria que se coloca junto ao grupo da Santíssima Trindade.

Nesta confraria foi que a maioria dos músicos sanjoanenses se filiaram desde sua fundação. Muitos músicos pagavam suas anuidades com serviços musicais. As solenidades da Boa Morte e sunção de Nossa Senhora sempre mereceram dos sanjoanenses o maior carinho e a imponência dessas festividades foram tais que chegou a ser chamada de "Segunda Semana Santa" ou "Semana Santa dos Mulatos" pois predominavam a quantidade de Irmãos mulatos na Confraria.

A imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, que é venerada em seu esquife colocado no altar da Boa Morte obra do mestre sanjoanense Joaquim Francisco de Assis Pereira que a esculpiu no ano de 1886, substituindo a imagem antiga que tinha os olhos totalmente fechados como de uma pessoa morta. Segundo antiquíssima tradição da Igreja, a Virgem Maria não morreu; passou por um sono e foi elevada aos céus em corpo e alma, isto é Dogma de Fé, proclamado solenemente em 1950 pelo Papa Pio XII. A imagem feita por Assis Perreira tem os olhos semi-abertos e brilho de vida. São João del-Rei sempre acreditou nesse Dogma e, por isso foi feita essa imagem.

A confraria chegou a pensar em construir uma igreja própria e possuía terrenos para tal . É onde hoje está edificado o prédio da Prefeitura Municipal. No século passado, sentindo não ter condições financeiras para tal obra, a confraria vendeu o terreno para Baptista Caetano de Almeida que o cedeu para a construção da Casa da Câmara e Cadeia, sob risco de Jesuíno José Ferreira e foi inaugurada em 1849.

Os melhores exemplares de resplendores de prata são os que pertencem às images da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte, obras do mestre prateiro sanjoanense Joaquim Francisco de Assis Pereira. O resplendor da imagem do Filho tem, no centro um sudário com as Cinco Chagas; o do Pai Eterno tem forma triangular, sua ornamentação é em raios, volutas, rocailles e tem, no centro, um pequeno triângulo em prata dourada e, sobre ele o Espírito Santo em forma de Pomba. O diadema de Nossa Senhora da Assunção é em forma de aro, com 12 estrelas e a maior, colocada no centro sobre uma raiada de prata dourada. Há, também um crescente (lua crescente) que é colocado sob os pés da imagem quando sai processionalmente.

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Críticas e Dúvidas

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